quarta-feira, 1 de maio de 2013

Nota da Apeoesp – Subsede de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra




A subsede da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra ainda não tem informações oficiais sobre o incidente na EE Farid Eid, tendo apenas conhecimento dos fatos veiculados pela imprensa. Cabe ressaltar, que direção, professores e funcionários de escolas, e servidores públicos estaduais em geral são proibidos de dar declarações referentes a acontecimentos relativos ao trabalho.

No entanto, a Apeoesp considera não se tratar de fato isolado, pois é público e notório que a 
violência nas escolas está atingindo níveis alarmantes, como o tem noticiado fartamente a imprensa em todo o país. Cotidianamente, profissionais são ofendidos, agredidos e até com  caso recente de assassinato, como aconteceu no dia 11 de abril, quando a professora Simone Lima foi morta a facadas dentro de uma escola estadual  em Itirapina, no interior de São Paulo.

Realidade que, aliás, há muito tempo vem sendo denunciada por este sindicato, sendo a segurança nas escolas um dos itens da pauta de reivindicação da greve atual. Esta situação reflete a ausência de um projeto de desenvolvimento do qual a educação é o pilar e denota que o governo do Estado está perdendo a luta contra a violência nas escolas e na sociedade, por não investir no aparelhamento dos estabelecimentos de ensino (e da segurança pública), na melhoria dos salários e das condições de trabalho dos professores e demais funcionários.

Por este e muitos outros fatores, a Apeoesp entende que, nesse quadro, a responsabilidade maior recai sobre os  governantes, que cometem violência contra a escola quando deixam os prédios abandonados, quando mudam incessantemente as orientações de um trabalho gerando cansaço e insegurança, quando aceitam a desvalorização da profissão de professor. O que hoje nos leva a lutar contra a divisão profissional, a precarização e a meritocracia no ensino, aplicada pelo governo do Estado de São Paulo, baseada no modelo já falido nos Estados Unidos.

Conselho de Representantes e Comando de Greve

CARTA AOS PROFESSORES




Colega professor,
O governador continua a nos tratar de forma indigna e desrespeitosa.
Chamou a diretoria da APEOESP para conversar e, simplesmente diz que não há condições de maiores aumentos e que em relação ao professor , categoria O, pensará depois.

O descaso continua, pois, para os diretores, supervisores, vice e coordenador pedagógico o aumento foi muito maior que o dos professores.  Para coordenador e vice dará uma gratificação de 30% além do aumento previsto.  O Objetivo é claro!!! A chefia deve receber bem para fazer direito o papel da pressão para cima dos professores!
Não se esqueça que o salário do professor de São Paulo é um dos piores do Brasil, (17º)
Como explicar que o Estado com a mais alta arrecadação de ICM do país tenha um comportamento tão deplorável? Como estimular a juventude a seguir uma carreira de tamanha relevância para o presente e o futuro do país, em condições tão desfavoráveis e descompromissadas com o magistério público?
Mais do que representar um sério prejuízo para a categoria, esta opção do governo estadual paulista pelo arrocho salarial e a deseducação, pelo desmonte do ensino público, tem um alto custo para a sociedade como um todo. O fato de estarem faltando profissionais de inúmeras disciplinas nas escolas estaduais é apenas um entre tantos reflexos do abandono a que o magistério se vê relegado.
E o nosso colega da categoria O, vamos deixá-los serem tratados como subempregados, sem os mínimos direitos legais???  Não se esqueçam que a nossa luta impediu que o professor ACT se tornasse o “O” de hoje.  Lutemos também pela dignidade deste colega.
E a violência dentro das escolas, o assédio moral a que muitos professores têm sofrido, a ridicularização que temos sofrido pelos alunos, pelos humoristas que fazem piadinhas com o salário que o professor recebe...

Queremos dignidade e respeito!

Diante de fatos tão graves, a resposta dos professores foi a greve em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade. Que mil flores floresçam e a paralisação se espraie. Para que a justiça prevaleça. E o flagelo acabe. (Prof. João Felicio) 


Neusa Toyoko Nakano
Coordenadora da Subsede

Tel: 4824-5818 / Fax: 4823-8013
APEOESP - Subsede Ribeirão Pires/Rio Grande da Serra

terça-feira, 30 de abril de 2013

Para que serve o sindicato?


  Em épocas de greve é comum escutar frases como: a "APEOESP nunca fez nada por mim" , o "sindicato não me representa" e "a greve nunca deu em nada " .  Pois bem, o sindicato não é um prestador de serviço, tão pouco uma babá profissional . Sindicato é uma organização formada a partir da consciência de classe profissional (a consciência de como profissionais, temos problemas comuns, dramas e necessidades comuns) e que juntos encontramos força para uma solução coletiva, ou o bem-estar de todos.  Essa rede de solidariedade que é a força do sindicato.Não é a diretoria do sindicato, não são os partidos políticos. 

Lembre-se que o Estatuto do Magistério, a categoria "F" , o plano de carreira, a lei do piso são conquistas da greve. A greve de 2013 começou dia 19 de abril , já beneficiou diretores , vice-diretores e coordenadores como aumento de 30 %:http://diariooficial.imprensaoficial.com.br/nav_v4/index.asp?c=12&e=20130419&p=1. Eles tem a consciência de classe dos professores?

Se você não se sente parte dessa rede, se você não se sente seguro o suficiente no seu ambiente de trabalho, ou no seu ambiente profissional qualquer bobagem vira um problemão. Você sente a desunião dos colegas professores , reflita. O quanto você colabora para isso? O quanto você não tem a consciência de classe? 

Um homem que não pensa pela sua própria cabeça, pura e simplesmente não pensa.-

Oscar Wilde




Prezados Professores de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. 

Alguns diretores de escola afirmam que colocam professores eventuais em aulas de grevistas por determinação da dirigente ou supervisão. Isso não procede, pois não há nenhuma circular na rede interna.Supervisor não manda na escola. Só oferece consultoria com fundamento legal. 
Portanto, não acreditem nos dizeres, "a supervisora mandou". Isso é um recurso para legitimar uma atitude autoritária e anti-democrática dentro das escolas. 

Apeoesp de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra

Aluno é esfaqueado dentro de escola na Grande SP


Uma briga entre alunos terminou com um jovem, de 16 anos, esfaqueado dentro da Escola Estadual Farid Eide, localizada na altura do número 25, da rua Fagundes Varela, em Ribeirão Pires, cidade a 35 km de São Paulo.
De acordo com as primeiras informações, uma garota, da mesma idade, teria ferido o rapaz. Funcionários da escola informaram que os dois já estavam trocando ameaças e que os pais já estariam cientes da situação.
O Helicóptero Águia 15, da Polícia Militar, foi chamado para atender o adolescente. Ele foi levado a um hospital da região com ferimentos graves. A jovem foi apreendida e levada ao Distrito Policial de Ribeirão Pires. Ainda não há mais detalhes sobre o que motivou a agressão.
A Secretaria Estadual de Educação foi procurada pela Agência Record, mas até a publicação desta matéria não havia se manifestado sobre o caso.




http://noticias.r7.com/sao-paulo/aluno-e-esfaqueado-dentro-de-escola-na-grande-sp-30042013

Galeria de Apeosesp Ribeirão Pires

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Assembléia do dia 26 de abril, vão do Masp.

Currículo oficial reduz autonomia do professor, aponta pesquisa da USP



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Lara Deus
Agência USP de Notícias
A política educacional de unificação dos currículos escolares implantada pelo governo estadual paulista em 2008 foi analisada pelo geógrafo, pedagogo e coordenador pedagógico Edjailson Bezerra da Silvana na USP . A conclusão de sua dissertação de mestrado foi que a medida deixou o papel do professor em segundo plano.
O pesquisador ressalta que a homogeneização em nome da igualdade de oportunidades promove um maior controle do Estado sobre o trabalho do professor e desconsidera as especificidades locais de cada região que compõe a maior secretaria de educação do Brasil.
A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, em 2008, implementou nas escolas estaduais paulistas o currículo oficial. A proposta foi elaborada sem a participação dos professores da rede e sua primeira etapa consistia em uma recuperação como forma de uniformizar a base teórica dos alunos. Esta fase era completamente guiada por uma apostila em forma de jornal, que deveria ser aplicada pelos professores em 42 dias e, no final deste período, haveria uma prova unificada de avaliação. 
Silva foi informado de que "a escola que não fosse bem avaliada poderia ter complicações". Depois, apostilas para todas as séries e disciplinas foram enviadas às escolas, juntamente com um manual do professor, contendo respostas e roteiros de aulas.
A medida deu origem à dissertação "As reformas educacionais do Estado de São Paulo, 2008: repercussões na formação do aluno e do professor de geografia", defendida em 2012, na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). Ele conta que buscou "conhecer mais profundamente esta política, suas dimensões, intenções, as repercussões para o ensino e, de forma mais próxima, o ensino da geografia enquanto disciplina preocupada com a formação de um cidadão crítico e transformador de sua realidade."
Silva analisou documentos oficiais da área da educação dos governos federal estadual, não apenas entrando em contato com eles, mas compreendendo e interpretando aspectos de sua elaboração. O geógrafo também aplicou questionários a professores de dez escolas públicas estaduais da Diretoria de Ensino Sul 3, da capital paulista. As respostas de 202 professores forneceram um diagnóstico de como os docentes de ensino básico se enxergavam após a implementação do currículo oficial. Quatro destes profissionais foram selecionados para cederem uma entrevista ao geógrafo.

Papel do professor

Depois de todas as etapas de análise da pesquisa, Silva concluiu que a instauração de um currículo único na rede estadual de ensino foi feita para desenvolver uma cultura de aprendizagem comum a todos os estudante.
Além disso, o geógrafo considera o ensino como uma ação intelectual, em que o professor precisa não apenas ter o domínio, mas, ser capaz de criar e recriar formas de viabilizar o processo de ensino e aprendizagem. Uma vez que o novo sistema negligencia as diferentes formações culturais e de condição de aprendizagem dos alunos, impondo a restrita aplicação de sequências teórica/exercícios de uma apostila pronta para todos, fixa o ritmo que a aula deve seguir, ao mesmo tempo em que determina o tempo que o aluno deve aprender.
Dessa forma, aquele que não acompanha é excluído do sistema de ensino. Assim, diz Silva "estamos diante da negação do ensino público" já que a secretaria "pressupõe entender melhor do que o professor, como este deve portar-se e quais as necessidades dos alunos", esclarece o geógrafo.

Sem autonomia

A conclusão geral da dissertação é que esta política educacional estabelecida pelo governo estadual paulista nega a autonomia dos professores, estabelece um ensino baseado nas avaliações realizadas pelo próprio Estado e forma um aluno sem iniciativa para questionar e criticar sua condição e realidade, uma vez que o material que lhe serve como base do processo de aprendizagem é a única "verdade" que lhe é oferecida. 






http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/04/25/curriculo-oficial-reduz-autonomia-do-professor-aponta-pesquisa-da-usp.htm